Wednesday, June 28, 2017

MYNA, a gatinha que me cativou



Myna, de menina,
Chegaste à minha vida,
Não sei como nem porquê.
Mas, pouco a pouco
Foste entrando na casa
E no meu coração, também.

Pouco tempo passou
E ao veterinário te levei.
Cuidei de ti, minha companheira
De olhar meigo e misterioso,
Branca, linda, esperta e matreira.

Ontem, dormias sem tempo.
Preocupada, subi as escadas.
Teu corpo estava tão leve
Como ave de belas asas,
Perdida no voo breve.

A noite foi nossa.
Zelei por ti,
Meu ser pequenino.

Hoje, de algodão te vestias.
O teu manjar preferido
Te dei e bebeste água
Sem parar. Mas querido
Teu coração e o meu
Sabíamos que terias
De voltar a quem sabe...

Estás anémica...
Não me apercebi de nada...
EU NÃO QUERO QUE SOFRAS
Sugeri o sono perpétuo...
Mas a doutora outro caminho
Me indicou: estás hospitalizada,
Receberás uma transfusão de sangue.

Estás longe do meu carinho
Serás forte como até aqui?

Se sobreviveres, enganei-me...
Pois pressinto que não voltarei
A ver teus olhos, a tocar tuas mãos,
A receber teus abraços, Myna.

    Isabel Montes, 28/06/2017


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