Myna, de menina,
Chegaste à minha vida,
Não sei como nem porquê.
Mas, pouco a pouco
Foste entrando na casa
E no meu coração, também.
Pouco tempo passou
E ao veterinário te levei.
Cuidei de ti, minha companheira
De olhar meigo e misterioso,
Branca, linda, esperta e matreira.
Ontem, dormias sem tempo.
Preocupada, subi as escadas.
Teu corpo estava tão leve
Como ave de belas asas,
Perdida no voo breve.
A noite foi nossa.
Zelei por ti,
Meu ser pequenino.
Hoje, de algodão te vestias.
O teu manjar preferido
Te dei e bebeste água
Sem parar. Mas querido
Teu coração e o meu
Sabíamos que terias
De voltar a quem sabe...
Estás anémica...
Não me apercebi de nada...
EU NÃO QUERO QUE SOFRAS
Sugeri o sono perpétuo...
Mas a doutora outro caminho
Me indicou: estás hospitalizada,
Receberás uma transfusão de sangue.
Estás longe do meu carinho
Serás forte como até aqui?
Se sobreviveres, enganei-me...
Pois pressinto que não voltarei
A ver teus olhos, a tocar tuas mãos,
A receber teus abraços, Myna.
Isabel Montes, 28/06/2017
No comments:
Post a Comment