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Friday, September 27, 2024

AMOR INFINITO

Pais, 

Ontem tive um momento muito bonito, de partilha das minhas fotos e textos. Gostava que tivessem estado presentes.

Um beijinho de saudade.






Sunday, June 15, 2014

CARTA AO MEU PAI


   Não sou Presidente da República, meu pai, para te honrar com uma medalha de mérito. Nem tiveste essa oportunidade, de fazer o bem e ser reconhecido. Mas, pensando cá para mim, há também quem faça muito mal e receba medalhas. Pergunto-me, se alguém faz pelo menos 1 mal a outrem, terá direito a ser reconhecido com tais prémios distintivos? Pois, talvez. Fez um mal a alguém que ainda hoje sangra, mas fez «muitos bem» a outros... E além de receberem medalhas, têm nomes de ruas, bustos... são uns senhores neste mundo. E no outro, será que também continuam a ser distinguidos ou serão todos pó?
   Sou só a tua filha, o bem mais precioso que tiveste, segundo o teu sentimento. Aqui, coloco-te numa das Galerias de Arte mais conceituadas do (meu) mundo e faço-te esta homenagem.
   SIM, sei que fizeste muito bem aos que ficavam internados no Hospital da Misericórdia (desta terra) e, mais tarde, cuidaste de um senhor, numa casa particular, apoiando-os na dor; dando-lhes os medicamentos a horas; lavando-os; alimentando-os; enxugando-lhes as lágrimas; vestindo-os para a grande viagem e levando-os até à mesa que os suportava nos últimos momentos. Mas, quem soube disto? Os próprios, os seus familiares, a minha mãe e eu, criança que vagueava pelas enfermarias dos homens e das mulheres, atrás dos meus pais e das minhas madrinhas (as senhoras enfermeiras). Nem os governantes da altura souberam que um funcionário da Misericórdia passou horas sem dormir, recebendo um mísero salário. E quando precisaste de uma vaga no Lar da Misericórdia, não havia e, qual barata tonta, sem saber quem me ajudaria, consegui vaga num Lar Privado (fechou-se uma porta, abriu-se uma janela). Agora dizem «Foi, porque podia pagar, não é verdade?» E eu respondo: «Deus sabe o que faz! Pude, sim, porque apenas foram 2 meses e meio (mas tive de pagar o mês inteiro sabe-se lá porquê?!» Foi um tempo de angustia, de sofrimento, de 94 kms diários; bem, quase diários, pois houve dois dias que não te pude ver. No dia seguinte, disseste-me «Filha, ontem não vieste e foi o dia que mais me fizeste falta!» Dói! Como dói! Se soubesse que tinhas tão pouco tempo junto a mim, tinha faltado. Ninguém agradece os esforços que fazemos, julgam-nos máquinas, com coração de pedra.
   Escrevi ao Governo e às entidades (in)competentes que nada fizeram. Algumas, nem resposta souberam dar ou, como não eras familiar nem conhecido, pouco importância tinhas. Engano o deles!
 ÉS MUITO IMPORTANTE, PAI!
 A TI, CONCEDO A MEDALHA DE MÉRITO DO BOM TRABALHADOR!
 LINDO! 
QUERIDO! 
   Conhecedor de uma sabedoria só tua e de uma arte interessante que só nós tivemos acesso.
   Depois, a 15 de junho de 2013, esperaste-nos sonolentamente, por mim e pela tua querida mulher, minha saudosa mãe. Partiste num suspiro tranquilo. A mãe sussurrou-te ao ouvido palavras de amor e eu, feita mulher forte, deixei rolar umas gotas de água, beijei-te e vim tratar do que devia.
   As feridas ainda pulsam em mim e o desespero de te ajudar adormece comigo.
   Pai, descansa em paz. Eu sou forte e não te quero preocupar! Cuida da nossa pequenina, a mãe, que estava cheia de saudades tuas e o destino preparou-lhe a viagem, ao fim de 7 meses.
AMO-TE! AMO-VOS!

Tua/Vossa filha BelMontes

Tuesday, July 6, 2010

Caixinha de música - Matilde Rosa Araújo




Grilo, grilarim,
Tens um canto azul
Na noite de cetim!
Cigarra, cigarraia,
Tens um canto branco
No dia de cambraia!
Formiga, miga, miga,
Só tu cantas os nadas
Do silêncio do Sol,
Das estrelas caladas...

Loas à chuva e ao vento - Matilde Rosa Araújo